queda livre

Fascinas-me, o teu olhar penetrou-me, invadiu-me e por fim consumiu-me. Estou presa a ti. Observo cada detalhe teu, já te sei de cor. Já te fiz sorrir, daqueles sorrisos não forçados e duradores. Não sei o que se passa comigo, muito menos contigo. Mas sinto que alguma coisa se está a criar. Olhas em volta, procuras algo e páras em mim. Porquê em mim? Porque é que te fixas em mim, me olhas como se fosse um livro, me estudas com o olhar e me invades assim? Porquê? Tens os mesmos vicios que eu, os mesmos gostos. Conversas comigo com olhares e sorrisos, quando eu não procuro por ti, já estás ao meu lado. Quando te tento procurar, desapareces de repente, tão rápido como o vento. O que vai por trás desses olhos verdes acinzentados penetrantes? Que se passa aí dentro? És um mistério por desvendar, que se fecha numa enorme solidão. Eu tenho uma enorme vontade de te desvendar, de te estudar e de perceber até que ponto és um ser tão complexo como eu. És fascinante, com um olhar prendeste-me a ti, não consigo sair do teu olhar. Vai-te embora, deixa de me consumir. É dificil chegar a ti, e eu sinto que já cheguei. Talvez seja só mais uma ilusão minha, talvez. Não sei, nem tu sabes. Mudar o rumo das coisas está nas tuas mãos feridas e suaves.