segunda-feira, 30 de março de 2009

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já li livros e textos sobre o amor, procuro neles semelhanças com a nossa história sem fim. há páginas que vão ficar sempre rasgadas, esborratadas ou simplesmente em branco. foste apenas alguns quilómetros desta longa estrada. os aromas do aglomerado de pessoas na rua, levam-me a recordar o cheiro do teu peito suado. os ventos empurram-me com força para ti. a chuva que não pára trás de volta os teus braços musculados, enrolados em mim. trás aquele longo beijo, dentro da redoma que nós formámos naquela tarde chuvosa. o sol manda-me para o enorme caminho que percorremos um atrás do outro de mãos dadas. fui mulher ao teu lado, sei que te mudei. aqueles quilometros também me mudaram, trouxeram-me uma nova visão, uma filosofia unusual. esses quilometros moram longe, tão longe que a vista não consegue alcançar. e quando o corpo tenta correr para os abraçar, a mente faz um salto exuberadamente translógico. ao aquecer as mãos na chávena de café, lembro-me quando despiste o teu casaco para me protegeres do frio. era engraçada a tua forma de te preocupares com o que eu comia ou não. por mais quilometros que ande, há sempre aromas que me levarão ao teu coração. gestos que me levam a querer morar no teu abraço. és para sempre, a nossa história de amor não tem igual. amo-te, sabes, amo-te. o amor trás independência, por isso consigo viver sem ti. acordo, faço as coisas que tenho a fazer, deito-me, durmo, como, satisfaço as minhas necessidades. sim eu consigo viver sem ti, sem a tua presença, sem estares ao meu lado, sem os teus abraços, sem os longos beijos. não sou dependente de ti. mas não há um único dia que não te ame, que não te queira bem. procuro-te noutros abraços, noutros beijos. não o faço por mal e não quer dizer que não te ame. mas como ser humano que sou preciso de atençao, preciso de uma pessoa segura ao meu lado.perdoa-me, perdoa-me. por muito que eu me tente imaginar casada e com filhos com outra pessoa não consigo. ainda me vejo de mão dada contigo, grávida de gémeos. tu com a mão na minha barriga a sentir os pontapés. sei que ias às aulas de preparação pro parto comigo, ias querer ver-me ter os gémeos. ias cuidar de nós, proteger-nos de males exteriores. eu sei que tu me amas. é uma pena o nosso amor nem ter um fim digno.

1 comentário:

Sophie Peter disse...

*_____*

Ritinha, tão lindo.