domingo, 4 de janeiro de 2009

acho que a situação chegou a um estado demasiado exacerbado, não quero ser pejorativa. a verdade é que tu habitas em mim, sou o teu hospedeiro, sua parasita. o problema é que com a autofecundação cada vez te reproduzes mais e mais rapidamente, sabes? penetraste o meu âmago, foi tiro certeiro sem pestanejar. talvez seja isso que me perturbe, o facto de ainda viveres em mim. não quero pensar mais em ti, nem passar pelos nossos sitios. foste um acontecimento, que aconteceu e já está ocorrido, redundâncias à parte. à priori quando deixámos de ser um, devia procurar quem me preenche-se. talvez até o tenha feito, mas nós ainda somos um. preciso da tua orientação, da tua vida, da tua luz, de ti. preciso de ti, desistências à parte, meu amor preciso de ti. é dificil dormir com tamanho paradoxo no coração. o lado esquerdo quer-te com tanta força, precisa do teu amor, até da dor que lhe causas-te. o lado esquerdo está tão cheio de cicatrizes, de feridas tuas, mas ainda assim quer-te. parte de mim quer-te. quer-te com os teus defeitos, que evidenciam a tua unicidade. o lado direito, esse foge de ti, foge de ti como o sol foge da lua. a lua chega o sol vai, a lua vai embora o sol vem. parecemos nós, eu a lua, tu o sol. nesta controvérsia diária. controvérsia esta que tem de ter um fim digno, mas já lhe pus um fim tantas vezes. não sei se quero mais. meu amor, não me atormentes mais noites, deixa-me descansar. deixa-me correr à vontade, deixa-me rir. põe o meu mau humor de lado, traz sorrisos. meu amor, vai ser feliz. faz-me feliz. «talvez no fim de tudo haja força para recomeçar»

1 comentário:

Fatima Raquel disse...

Não tens de pedir desculpa :)
Gostei imenso deste texto a sério (: