segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
vem vento, vem
estou caminhando sem parar, não olho para trás, já é terra demasiado explorada. sigo em frente, corro ansiosamente, sempre me disseram que levo tudo intensamente. não queria parar, mas a minha estação de serviço chegou e preciso de descansar. pelo caminho fora há cruzamentos e nem sempre sei para que lado virar, então paro. ansiosamente espero, espero que o vento me diga ao ouvido que lado é o certo. mas há dias que o vento não vem, a espera torna-se demasiado longa e a noite cai-me sobre os ombros. é então que olho para o céu, escuro, como o negro das minhas roupas. sinto que as estrelas estão lá, até elas hoje estão de greve. decidiram aderir à moda. estou só, eu e o meu café que me aquece o corpo, mas tão pouco a alma. amanhã, vou ter que decidir que rumo levar, espero que o vento se despache a vir, que as estrelas decidam falar eloquentemente. não há certezas, parte do verosimil, plausivel saber que lado é o certo. sei que um dia tudo acaba, dúvidas, dramas. nesse dia morrerei e o meu corpo não fará mais viagens, é por isso que mais tempo sentada não vou ficar. amanhã é dia, o vento há-de me guiar. haja o que houver, tome que decisão tomar, sei que parar não é solução e o meu caminho vou seguir. hão-de existir mãos a quem dar, pedras e grandes correntes, mas eu vou lutar sem medo. hoje, só hoje vou esperar que o vento me sussurre uma vez mais.
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